domingo, 28 de setembro de 2008

Crise de identidade

Apelido é igual a um amigo fumante. Incomoda, mas a pessoa acaba se acostumando com ele.

Ao longo dos anos, acumulei diversos sinônimos para Eder Galindo dos Santos. O primeiro foi o mais marcante e me deixava virado na porra durante toda a minha infância.

No auge dos meus cinco anos, como sou o neto mais velho do clã mineiro, fui recrutado para uma difícil batalha: ser guarda de honra do casamento do meu tio Chiquinho que, por sinal, tem o melhor apelido de todos os tempos. O nome dele é Antônio de Pádua e não Francisco!

Durante um mês, fui à casa da minha avó Lilita, que era costureira, para ajeitar o meu traje de gala. No dia do casamento, estava “todinho de branco, lindo”. Gravata borboleta, bainha feita, paletó, calça e sapatos brancos. Quase um malandro. Algo já apontava a minha veia boêmia.

Naquela época, quem tem mais de 25 anos se lembra bem, um seriado fazia muito sucesso, “A Ilha da Fantasia”. Um dos personagens principais usava um passeio completo branco.

Voltando ao matrimônio, no momento de entrar na igreja com as alianças, um tio sacana gritou: “lá vem Tatu” e toda a galinhada começou a rir. Dei pra ruim, calundu, piti, esperniei, chorei e não entrei na igreja. A partir daí, Tatu foi incorporado ao meu nome.

Convivi com essa alcunha até 1994, mas alguns me chamam assim até hoje. O que aconteceu neste ano de tão importante? A morte de Senna, o tetracampeonato da Seleção Brasileira ou a valorização do Real? Explico.

Tenho nome de jogador, meus tios me deram esse nome por causa do craque atleticano Eder Aleixo, mas como diz O Rappa: “no país do futebol, eu nunca joguei bem”.

Todo guri que se preze já brincou com seus amigos de baba porrada ou baba lixa. A regra é clara: o objetivo é acertar o seu amigo com uma bolada na cara, de preferência, e praticar Street Fighter quando o coleguinha estiver com o domínio da bola. Essa modalidade do futebol foi o precursor do vale tudo.

Após muitos treinos com bolas e luvas, o baba porrada era a minha especialidade já que nunca consegui ser um camisa 10. Devido ao meu excelente desempenho neste esporte olímpico, recebi o singelo apelido de Cavalo. Assim como a fase de Tatu, fiquei puto com esta homenagem. Era adolescente, tímido e morria de vergonha.

Com o tempo, fui aceitando este nome carinhoso. Antes restrito aos amigos do condomínio, o apelido se expandiu para a família, amigos do colégio e colegas de trabalho. A identificação foi tanta que meu pai nem lembra mais o que ele registrou no cartório há 27 anos.

Até hoje, Tatu e Cavalo são as minhas principais identidades secretas, mas surgiram outros nicks como caranguejo devido aos meus braços de radiola e cabeça por causa de algum cearense que passou pela árvore genealógica da minha família.

Como é mesmo o meu nome?

5 comentários:

::Soda Cáustica:: disse...

... imagine o que eu passo, com meu nome-apelido?
bjoo,galindo-nome-de-sambista andas humilhando nas letras.

Samira Andari disse...

kkkkkkk
adorei o post.
Mas eu tenho mais apelidos pra vc:
Elber, Helder, Darlindo...
hahhaahhahhaha
bjs

Anônimo disse...

Ficou massa, Cabeça! Rsrsrsrs

Livia Ferraz disse...

Você falou em calundu, mas não "detalhou" os chutes na porta da igreja...rsrsrsrs

Anônimo disse...

Boa cabeça de Fifó!!!! hehehehe...

depois me manda seu email da agencia lá no ricardo.meireles@fsb.com.br pra eu trocar uma idéia de um projeto aqui.

abraço forte, Meira.