sexta-feira, 28 de maio de 2010

Sobre a literatura

Encantado após concluir a leitura do best seller "Cem anos de solidão", reflito sobre as 447 páginas que acabara de consumir e fico fascinado com um de muitos trechos interessantes: "O mundo terá se fodido de vez (...) no dia em que os homens viajarem de primeira classe e a literatura no vagão de carga". Apertado num assento da TAM, percebo então que estou fazendo a minha parte ao levar sempre um companheiro para os momentos de solidão.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Homens com talento

Nem sou muito fã de Heineken, mas que deu uma vontade de comprar uma agora, isso deu.

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quarta-feira, 5 de maio de 2010

Sob a luz dos olhos teus

A verve da sétima arte nunca foi muito presente em minha vida como a música e o futebol correm nas veias. Aprecio, mas não é algo que me fascina da mesma forma quando ouço um álbum raro ou estou num estádio com amigos. Para modificar este cenário, tenho feito uma cobrança interna para ir mais às salas. Estou quase apelando para comprar o temido carnê da locadora com mil tickets. Baixar filme e procurar horário na Sky são cenas cortadas do meu roteiro.

No último mês, visitei os festivais de Berlin, Gramado e, claro, o Oscar. Comédia alemã - por mais incrível que pareça, isso é possível -, leveza brasileira e blockbuster americano foram exibidas na telona da Castro Alves e nas polegadas da LCD do meu quarto. Três excelentes filmes: Soul Kitchen, Chega de Saudade e Homem Aranha. A música une as duas primeiras obras com o melhor da black music dos anos 70 e a diversidade da gafieira em 90 minutos de puro swing. No último, a canção sai de cena e os efeitos e estrondos assumem os papeis principais e são ovacionados.

Continuando a saga cinematográfica, assisti a primeira película de maio nesta semana. Como não curto muito pipoca, passo em Neinha, peço o bolinho de feijão frito, faço o caminho do Camaleão na Avenida Sete, cumprimento o poeta, Glauber e as luzes se apagam. Vendo as animações de segurança que forçam a barra para serem engraçadas e os ótimos comerciais do Itaú e da revista Piauí, noto o quanto sou ignorante em cinema. 29 anos, cinco Copas do Mundo e uma viagem à Argentina não foram suficientes para eu ser apresentado aos atores hermanos.

A sessão inicia e o roteiro imprevisível de "O segredo dos seus olhos" surpreende a cada instante como o show de Messi em campo e os passos de um tango no Esquina Carlos Gardel. Nos primeiros minutos, a sensação é que se trata de mais um fraco policial em versão portenha no qual o investigador, contra tudo e todos, busca resolver um caso sinistro. Mas, logo mando esta ideia para os extras do DVD. Este argumento é apenas um contexto para muitos temas se misturarem em uma edição que prende o olhar do espectador. O amor reprimido entre os protagonistas, a solidão do aposentado, a determinação de um homem arrasado, a corrupção na Justiça, a atitude em questionar o sistema estabelecido, a busca da própria identidade, o amor de infância que se torne obsessão e a perfeita definição de paixão feita pelo atrapalhado Pablo Sandoval seduzem e nos fazem refletir mesmo após as luzes se acenderem.

Ontem, cantando um som da "Grande Abóbora", uma de tantas boas bandas roqueiras que Salvador já perdeu, um trecho resume o filme em poucas palavras: "eu posso ter pouco pra te falar, mas pra que palavras se a gente fala com o olhar?".

Enfim, uma coisa eu aprendi: não se conta o final por pior que ele tenha sido. Sinopse em mãos e trailer adiante. Boa sessão.

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