domingo, 27 de junho de 2010

BBB

Apesar do jeito desastrado, estabanado e, às vezes, nada delicado, tenho uma ótima relação com crianças. Tenho um pouco de Schwarzenegger em "Um tira no jardim de infância" comigo. Gosto de conversar, brincar e ouvir os causos da gurizada. Se for menino, aí é que a resenha se prolonga e o futebol anima o papo mirim. Lembro uma vez que estava no aniversário de 1 ano de uma prima e um pirralho que batia em minha cintura fez um desafio em uma partida de Winning Eleven. Olhei pra baixo e aceitei a disputa, mas com uma condição, tinha que ser BA x VI. Na hora, o pivetinho lamentou porque esperava jogar com o Barcelona ou Manchester United e dar um baile no "tio" como ele mesmo me chamou, mas jogou com o time de Canabrava. Sem treinar há meses, entrei em campo com o elenco de 2009 mais o apoio da Bamor virtual, consegui um empate vitorioso com o sacaninha e confirmo que o jogo de 11 contra 11 é realmente um esporte em que todos os provérbios populares fazem sentido. Eis um clássico: "a camisa pesa".

Sabendo disso tudo, minha mãe sempre traz notícias de uma figurinha, dona de hilárias histórias, filha de sua colega de trabalho. Em pleno clima da Copa do Mundo, a neguinha de cinco anos larga: "sou BBB, Bia, Bahêa e Brasil". Ri aos montes com a velha e disse que também seguia os passos da mini tricolor na mesma ordem.

Nesta Copa, até hoje, véspera das oitavas contra o Chile, a chama verde e amarela ainda não queimou a minha pele. Estou fazendo a minha parte e ouvi as narrações de Galvão Bueno, vesti os uniformes das seleções campeãs, soprei as vuvuzelas, mas os anões de Dunga não retribuem nos gramados o meu empenho. De qualquer forma, o futebol é diversão garantida e polêmica fácil. Com isso em mente e sendo torcedor do Esquadrão de Aço, grito quando vejo uma bandeira Tricolor nos estádios, faço questão de dizer que Daniel Alves jogou no Bahia e que Ávine e Rodrigo Gral têm vaga garantida na equipe Canarinho. Talvez se o Brasil jogasse de azul todas as partidas, as cores da bandeira teriam me contagiado.

Em meio a este marasmo, foi uma outra seleção que também traja o verde e o amarelo que chamou a minha atenção neste mundial. Não se trata dos Bafana Bafana muito menos da Austrália. Falo dos Springoks, a seleção nacional de rugby da África do Sul. Nesta semana, conheci a saga do grupo campeão mundial desta modalidade em 1995 ao alugar "Invictus" e notei o quanto esta história pode servir de exemplo para o Brasil e, sobretudo, o Bahia. Além de passar por toda a questão do Apartheid e liberdade, o filme revela a influência de um líder nato, Nelson Mandela, no capitão dos Bokkes rumo à conquista da Copa do Mundo de Rugby. Enquanto os minutos passavam no leitor do DVD, imaginei em ser o "Repórter do Fantástico por um dia" para fazer algumas perguntas aos responsáveis pelo E.C.Bahia.

O primeiro insight passado por Mandela ao elenco verde e ouro é a inspiração. Antes desacreditados pela imprensa e por eles mesmos, os bruta montes ganham confiança na temporada de treinos e crescem durante a competição. Alguns pontos: será que os jogadores de Renato Gaúcho conseguirão algo parecido? Como a nossa boa terra pode ser tão inspiradora para inúmeros artistas e não ter nenhuma identidade com estes atletas?

Em outro momento do filme, Madiba alerta os Springboks e diz que a África do Sul quer ser grande. O capitão entende o recado e tem noção que o país dele necessita do triunfo. Mais dúvidas: o atual plantel sabe que o Bahia é conhecido como "O Campeão dos Campeões" e que somos "A voz do Campeão"?

Por último, a imagem do Capitão, outrora importante e hoje apagada, é discutida. No esporte dos fortões, esta figura é respeitada, ouvida e exerce liderança de fato no grupo. Questão final: tem algum homem hoje no Fazendão com estas características?

Encerro sonhando ver meu filho como um dos mascotes tricolores entrando em campo na nova Fonte passando inspiração e alegria para um Bahia novamente campeão.

domingo, 13 de junho de 2010

Violência familiar

Acredito que, como eu, todo mundo sonha em encontrar a pessoa amada, casar, ter filhos e construir uma família alegre. Almeja-se também que este clã seja unido com amor e respeito. Mas nem todo lar vive o hit do Titãs em que cachorro, gato e galinha vivem juntos todo dia. Quando a falta de harmonia e as brigas moram sob o mesmo teto, a casa muito engrançada pensada por Vinícius cai com laje e tudo.

No vídeo abaixo, pode-se ver um ótimo exemplo de uma dura disputa entre pai e filho em um programa de auditório. Tenho certeza que Ratinho e Márcia se aposentariam se presenciassem este duelo ao vivo.

sábado, 12 de junho de 2010

Sobre a música

Com o trabalho e a ansiedade em alta, tem restado pouco tempo para escrever um texto massa. Enquanto a inspiração não volta, vou deixando alguns fragmentos do que venho consumindo. Este, em especial, é sobre a minha preferida, ela, a música. O microfone é seu, Max:

"Desde criança, de muito pequeno, a música foi meu principal referencial, minha medida de todas as coisas. Um meio interlocutor pelo qual comecei a compreender o mundo e a ter um entendimento melhor sobre as coisas da vida (experiências, paixões, problemas, alegrias, tristezas...).
Através do seu poder profundo, que desenvolve a cabeça da gente quando usamos nossa capaciade de discernimento, ao mesmo tempo em que sentimos uma leve brisa de verão no rosto, podemos reconhecer acordes, melodias, as diferenças entre os timbres dos instrumentos (convencionais ou não), a harmonia que é a combinação de todos esses elementos juntos. Podemos ainda apreciá-la esteticamente enquanto nossos corpos movem-se no ritmo, na batida...
...Um amor incontrolável. Infinitas as possibilidades. Incontáveis sensações e estados de espírito.
Música é arte e arte não serve apenas para nos distrair e nos entreter, mas para elevar o nosso nível de compreensão e consciência da vida que levamos, do mundo em que vivemos e de quem somos.".

Max de Castro em Orquestra Klaxon.