segunda-feira, 29 de junho de 2009

Férias e vacaciones - Parte 1

Verão de 2007. Após um janeiro intenso de Ipanema, Angra dos Reis, Cabo Frio, Arraial do Cabo, Praia do Forte, Porto da Barra e Praia do Flamengo, minhas primeiras férias de trabalho se encerravam com muito sol, suor e cerveja.

A partir daí os tãos sonhados trinta dias de ócio foram adiados por duas vezes devido à inquieta procura da batida perfeita empresarial. Quando planejava a próxima trip de verão, troquei a Ideia 3 pela Tempo Propaganda. No ano seguinte, decidi sentir frio em algum canto do Sul, mas a mudança para a Ladeira da Barra engavetou o projeto. Nesse período, procurei curtir os momentos de transição e os recessos com viagens para São Paulo, Rio de Janeiro e Aracaju e momentos de sossego na minha Baêa. Mas o ser humano é eternamente insatisfeito. Algo ainda estava faltando. A leveza característica, a maresia habitual, o descompromisso com tudo, o cochilo em qualquer hora do dia, o esquecimento de senhas e campanhas estavam muito longe de mim. Enfim, não era possível cantar "ando meio desligado".

Com um ano de casa nova, já era hora de atuar em mais um road movie. Passagens compradas, hospedagens reservadas, dinheiro no bolso, fé em Deus e pé na estrada! Já que o Tricolor de Aço não disputa um torneio internacional faz 20 anos, decidi por conta própria disputar a Libertadores. Destino: São Paulo, Argentina e Porto Alegre.

O primeiro jogo acontece na terra da garoa. Apesar de ser a sexta vez que a visito, São Paulo sempre traz surpresas. Saio bem cedo de Salvador, chego de rango no Aeroporto de Guarulhos e vou direto para um ambiente bem paulistano, a gordurosa padoca. Lá, devoro o tradicional pão de mortadela com uma dose de 500 ml de vitamina C, ouço o sotaque dos manos e começo a sentir na pele a mudança do inverno baiano de 30 graus para os míseros 15 da capital paulista. Em seguida, vou em uma típica feira de sábado e tento lembrar a última vez que fui numa em Salvador, mas não consigo. De rolê pela rua, percebo os feirantes tentando atrair os transeuntes com os seus chavões, experimento umas frutas esquisitas, detono mais uma iguaria local - o pastel de carne - e me assusto quando vejo uma placa vendendo um suposto "tempero baiano". Paro e pergunto: "o que tem nesse tempero?". Resposta: manjericão, pimenta calabresa, cebolinha e salsa batidos no liquidificador!!! Algum baiano já fez alguma moqueca, caruru ou sarapatel com isso?

Enfim, chega a hora de curtir o que SP oferece de melhor, a sua noite. Os trabalhos se iniciam com um "esquenta" no Bardot na Vila Olímpia acompanhado do chope Brahma cremoso, ambiente agradável, mesa cheia e conversa boa. Esquente feito, parti para o grand finale e como bom articulador socioetílico que sou, defino o reggae e junto baianos e paulistas na mesma balada. Vamos para o Grazie a Dio e ouvimos o melhor do funk, soul, samba-rock e groove com ninguém menos que a Banda Black Rio, mô pai. Assim que entramos, a big band estava suingando com "Carrossel" e me lembro Dela.

Domingão, dia de sol, praia e mar. Oxe! "O sonho acabou" já dizia Gil há 40 anos e já são 12 horas de relógio. Eu e Meireles descemos para mais um dia de pauta cheia: jogo do Brasil na casa de Camila, samba na Vila Madalena e a saideira de costume. Chegamos na Rua Blumenau no número 166 e vejo o quanto a faculdade foi importante pra mim. Ao entrar na casa aconchegante aos gritos de "Bora Baêa, minha porra", reencontro os amigos separados pelo destino. O trio Mila, Luís e a sarada Madá, Paulo, Fabrício e Bruno e sua Michele. Faltou apenas Massaranduba que estava em SSA. Após levantar a taça de Bi Campeão das Confederações, caio no swing com um power trio de samba - violão, pandeiro e baixão - acompanhado dos primos Rodrigo, Renata e Madson (!). Com todas as cadeiras sobre as mesas e o segurança solicitando a nossa saída, notamos que a missão estava cumprida e restava apenas a derradeira. Atravessamos a rua, pedimos um balde e mais um reencontro de alegria surge tão espontâneo quanto o ruído da cuíca ao entrar num samba.

Próximo capítulo: Buenos Aires.