sábado, 4 de outubro de 2008

Sem título

Apesar de já estarmos na primavera de 2008, Salvador continua a ser uma cidade provinciana em quase todas as áreas. Mercado de trabalho, tecnologia, comportamento e, principalmente, cultura e entretenimento.

É fácil perceber. Basta ser curioso, ler um pouco mais do que o resumo da novela ou viajar para outras cidades. Costumo fazer as três coisas. Gosto de pesquisar, leio muito revista e internet e, sempre que posso, dou um rolê por aí.

Recentemente, algumas coisas me deixaram perplexo. Em Manaus, aconteceu um festival com a presença de Dave Matthews Band e Ben Harper, o melhor da arte de vanguarda da Europa está em exposição em Fortaleza e o Abril pro Rock é realizado há 16 anos em Recife/Olinda. Teoricamente, essas três cidades são menos desenvolvidas do que a boa terra e fazem com que eu questione sempre por que motivo eventos como esses não acontecem aqui.


Mas, às vezes, a primeira capital do Brasil me surpreende. Pela primeira vez, acontece de 05/09 a 05/10 o "Comida di Buteco" na Bahia. É claro que não se trata de uma mega produção nem de atrações internacionais, mas o evento movimenta intensamente as horas de ócio de quem está antenado.



A mecânica é muito simples: 31 bares são selecionados e cada um inscreve um tira-gosto, ou melhor, bota-gosto como anuncia o dono do Boteco do Lula, para participar do certame etílico-gastronômico. A intenção é instigar as pessoas a visitarem os estabelecimentos e degustarem os petiscos, elegendo assim a melhor iguaria de SSA.

A missão era difícil, 31 bares em 31 dias. Para isso, convoquei dois amigos, Carlos Cachaça e Nelson Gonçalves, para me acompanhar. Durante o campeonato, algumas pessoas entraram no time, mas a cozinha da banda foi mantida: Zeca Pagodinho, Carlos Cachaça e Nelson Gonçalves.

O esquema tático foi montado com precisão para não perdermos nenhuma partida. Os bares foram divididos por regiões iguais ao War II e horários de funcionamento. Houve a peleja do Garcia, com Tia Célia, Boteco do Farias e Aconchego da Zuzu, a batalha da Barra, que passou pelo Boteco do Farol, Bar do Careca e Bar do Chico, a guerrilha do Pelô na Cantina da Lua e Cruz do Pascoal e a disputa do Stiep no Barbicha Grill, o famoso Favelinha, Opção Informal, Bar do Peixouto e Bar do Jonas.

Em todos esses ambientes, a diversão foi garantida. Resenha com o dono do bar, copo americano, cerveja de garrafa e muitas saideiras, comidinhas leves como rabada, língua de boi e moqueca de miolo, gatos e cachorros transitando ao nosso lado e mesas em calçada, ladeira e debaixo de árvore. Ou seja, tudo que um bom boteco exige.

Após a maratona, o resultado final foi um aproveitamento de 87%, desempenho melhor do que o Corinthians na segundona e a popularidade de Lula, e muita história para contar aos netos.



2 comentários:

::Soda Cáustica:: disse...

Comida di Buteco é um festival ótimo que já rola faz tempo em "Bel rizonti", acho fantástico. Não poderia perder a oportunidade de esculhambar um pouco a falta de movimentação de Salvador, a previsibilidade da cidade:é de se esperar pouco de um lugar que elege LEOCRETE para vereador (ou veradora?). Salvador lembra um pouco um reino de fábulas.

Anônimo disse...

Você esqueceu apenas de falar dois pontos sobre o festival: a "sua" rabada (Bar do Edinho), que por sinal estava gostosa (com direito a cabelo e tudo), e de dissertar um parágrafo inteiro sobre a beldade da Nobel (ave maria, o que é aquilo?... mas relevo esta parte, haja vista seu estado civil!) rsssss

Abraço meu irmão,
Ass. Charuto (do além).