terça-feira, 26 de maio de 2009

Nem vem que não tem

Ontem fui mais uma vez ao cinema após sair do trabalho, programa que, devido à comodidade automotiva, tenho feito com certa regularidade. Voltei a sentir prazer em ir à sala escura e apreciar uma boa película.

Nessa retomada, tenho escolhido as salas de arte de preferência. É claro que os shoppings oferecem um mix completo de serviços, mas o Lado B sempre me acompanha. Redescobri o Cinema do Museu, o qual tinha ido uma única vez em uma excursão do colégio para o Museu Geológico na 5ª série, e o Espaço Unibanco de Cinema ou Cine Glauber Rocha para os saudosistas. Frequentar esses espaços remete-me à infância em que curtia os filmes de Os Trapalhões nos cinemas da Carlos Gomes, Politeama e no próprio Cine Glauber. Lembro-me também da época de estudante da UFBA quando conheci as salas Walter da Silveira, do MAM e da UFBA. Além disso, o roteiro do longa muda do formato "Bob´s-lojas-blockbuster" para "cafeteria-livraria-filme cult". Sem falar nos ambientes que são muito mais aconchegantes e confortáveis. Qual cena ganharia o Oscar de melhor fotografia? A vista do Espaço Unibanco ou a praça de alimentação do Multiplex Iguatemi?

Mas vamos voltar à pilantragem. Assisti "Simonal - Ninguém sabe o duro que dei", documentário dirigido por Cláudio "Seu Creysson" Manoel. Como conheço um pouco da obra do Simona, já tinha lido muita coisa sobre o negão, mas visto poucos vídeos. Durante a sessão, fiquei emocionado com as imagens e depoimentos de Chico Anysio, Nelson Motta e Ziraldo entre tantas outras figuras importantes. Com um roteiro impecável, o filme disseca o pai de Simoninha e Max de Castro. Coube tudo nos 86 minutos de "alegria, alegria". A musicalidade genial, o timbre inconfundível de sua voz, o swing de preto, a presença de palco como nunca tinha se visto, o humor espontâneo, a ingenuidade, a máscara que deixa qualquer boleiro de hoje no banco de reserva e o deslumbramento com o sucesso.

Por outro lado, o longa também aborda outras questões que acompanharam a trajetória do primeiro pop star negro brasileiro. O preconceito das elites, o denuncismo escroto da imprensa nacional, a covardia e indiferença dos músicos e a ignorância da esquerda dita progressista e revolucionária. Caetano definiu bem esses intelectuais em "É proibido proibir": "mas é isso que é a juventude que diz que quer tomar o poder?".

Pra não "deixar cair", segue abaixo o trailer que deixará vocês com água na boca para comprar a pipoca e o refrigerante.



Este texto foi escrito ouvindo "ALEGRIA, ALEGRIA vol. 2 ou quem não tem swing morre com a boca cheia de formiga".

7 comentários:

Cara Pálida disse...

Tô querendo ver esse filme mesmo, agora mais do que nunca!

Bjs Galindo.

Anônimo disse...

Excelente texto! Lembrei-me de minha música... rssss

Segue a letra:

"Eu sei que tenho muitas garotas
Todas gamadinhas por mim
E todo dia é uma agonia
Não posso mais andar na rua, é o fim
Eu era neném
Não tinha talco
Mamãe passou açúcar em mim

Sei de muito broto
Que anda louco
Pra dar uma bitoca ni mim
E na verdade, na minha idade
Eu nunca vi ter tanto broto assim
Eu era neném
Não tinha talco
Mamãe passou açúcar em mim"

Abraço,
Nié Pegador.

Yang disse...

Pô, carralinha, eu tô querendo ir também. Se vc falasse a gente ia junto...

bj

D'bahia

::Soda Cáustica:: disse...

eu não tenho swing.Formiguinhas valei-me.

Anônimo disse...

cabeça,
seu blog ta todo "troncho", desconfigurado... Ou seria eu? heheheh

Abração
Ve lá o post mais recente no blog da galera...

http://apeateocanada.blogspot.com/

Manu Sena Dias disse...

Quero veer!!! Vou lá no cinema Glauber Rocha!! rsrs
Bjs!!

Eduardo Galindo disse...

êa mã!
só de ser pai de max de castro e wilson simoninha o cara já teria feito bastante coisa na vida!
:D
vou ver o filma, com certeza!
beijus!