quarta-feira, 25 de abril de 2012

O telefone tocou novamente

O telefone toca. Ao contrário do que o mestre do samba-rock canta em um de seus clássicos, era o meu amor. Mas não aquele que conhecemos com vinte e poucos anos, ficamos apaixonados e construímos uma relação juntos. O amor do outro lado da linha é antigo e faz o coração bater desde a infância. Não pensem que revivo alguma história com uma coleguinha da escola como tem sido mostrado em "Avenida Brasil" de modo tão delicado e bonito por Rita e Batata. Falo do amor em estado bruto, animal, de pele e sangue para a vida toda. Era ela quem ligava para proporcionar mais um momento alegre à cria.

Dizia ela: "meu filho, você tem um disco de Jorge Ben que tem ele com um cachorro na capa?". E mesmo com quase 30 anos, a eterna criança para ela, responde com a mesma ansiedade de quando esperava os famosos pacotes de figurinhas: "não, mãe. Pode trazer.". Mimo da velha em plena ressaca de uma manhã de sábado e, sendo este um vinil do ídolo, ah, não tem preço.

Ela retorna do trabalho, entrega o presente e aponta uma faixa do lado B com aquele sorriso meigo só dela. O nome da canção? "Katarina, Katarina".


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